Vladímir Vladímirovitch Maiakóvski nasceu na aldeia de Bagdádi, na Geórgia, em 1893. Seu pai, inspetor florestal, morreu em 1906, o que provocou a transferência da família (Maiakóvski, sua mãe e as irmãs) para Moscou, em condições financeiras precárias.
Desde ao menos o ano 1905 Maiakóvski dedicou-se à leitura de jornais e folhetos socialistas, participando de várias manifestações.
Matriculado em ginásio em Moscou, abandonou os estudos em1908, ingressando no Partido Operário Social-Democrático Russo, alinhando-se com os bolcheviques. No Partido, assumiu atividades de propaganda junto aos operários. Foi preso em tipografia clandestina no mesmo ano de 1908 (e solto sob fiança pouco depois). Também em 1908 começou a estudar em escola de artes e ofícios.
Foi preso novamente, por duas vezes, em 1909, sendo que a segunda prisão se prolongou até1910 (11 meses na prisão de Butirki). Na prisão, leu muita literatura russa e escreveu poemas. Livre, voltou a estudar pintura; em 1911,ingressou na Escola de Pintura, Escultura e Arquitetura, onde conheceu o pintor e poeta David Burliuk.
A partir de 1912 passou a participar do grupo dos cubo-futuristas (entre eles, Burliuk, A.Krutchônikh, V. Khliébnikov), grupo que divulgou suas idéias e produções através de publicações, discussões públicas, leituras de poemas e intervenções provocativas em relação ao público.
Em 1913 (quando Maiakóvski tinha, portanto, 20 anos), foi representada a peça teatral “Vladímir Maiakóvski”,de sua autoria, significando uma ruptura em relação às convenções teatrais vigentes (o público reage com vaias). Os cubo-futuristas excursionaram, então, pela Rússia.
Em 1914,Maiakóvski e Burliuk foram expulsos da Escola de Pintura, Escultura e Arquitetura, em função das “agitações futuristas”.
Em 1915, estabeleceu-se em São Petersburgo. Conheceu o casalÓssip Brik e Lília Brik. Convocado para a guerra, procurou evitar a linha de frente, buscando atuar como desenhista.
Participou ativamente da Revolução de Fevereiro de 1917, alinhando-se com os bolcheviques. Aderiu totalmente à Revolução de Outubro, assim como os demais cubo-futuristas. Escreveu vários poemas revolucionários; atuou em filmes e escreveu argumentos para o cinema.
Em 1918, sua peça “Mistério Bufo”, montada em outubro, em comemoração ao aniversário da Revolução, foi extremamente criticada, e finalmente suspensa após três sessões. A peça teve direção de V. Meyerhold e cenários de Kazimir Malevitch.
Mesmo criticados nos meios artísticos, Maiakóvski e os cubo-futuristas contaram, em 1918, com apoio oficial (A.V. Lunatchárski, Comissário da Instrução Pública, permitiu que editassem “A arte da Comuna”, órgão do Comissariado).
Voltou a Moscou, em 1919. Neste mesmo ano, ingressou na ROSTA (Rossíiskoie Tieliegráfnoie Aguentstvo — Agência Telegráfica Russa), trabalhando na elaboração de cartazes de propaganda (texto e desenho).
Em 1921, versão reelaborada da peça “Mistério bufo” (ainda com direção de Meyerhold) foi reapresentada, inclusive durante o III Congresso do Comintern, em Moscou.
Em 1922, organizou a editora MAF, que publicaria obras dos cubo-futuristas. Viajou para a Letônia, Berlim e Paris. Escreveu a autobiografia “Eu mesmo”.
Organizou, em 1923, com outros amigos artistas, a revista LEF ("Liévi front” — frente de esquerda), que deveria aliar arte revolucionária e luta por transformação social. Nas páginas da revista apareceriam trabalhos de Eisenstein,Pasternak, Dziga-Vertov, Bábel, Óssip Brik, Assiéiev e Rodchenko, entre outros. Nesse mesmo ano, Maiakóvski dedicou-se à poesia, à propaganda política e à propaganda de produtos comerciais.
Em 1924, nova viagem a Berlim e a Paris. No ano seguinte, uma viagem mais longa (seis meses), à França, à Espanha, ao México e os Estados Unidos.
Viagens pela União Soviética, em 1926. Dedicou-se à prosa e à poesia, publicando intensamente na imprensa; escreve também roteiros de cinema.
Edição, em 1927, do primeiro número da “Nóvi Lef” (Nova Lef). Nova viagem à Europa (Berlim, Paris, Praga, Varsóvia). Retornaria a Paris no ano seguinte.
Estreia da peça “O percevejo”, em 1929; no mesmo ano, escreveu a peça “Os banhos”.
Estreia da peça “Os banhos”,em 1930. No mesmo ano, Maiakóvski aderiu à Associação Russa dos Escritores Proletários (RAPP) e inaugurou a exposição “Vinte anos de atividade de Maiakóvski”, ignorada pelo meio artístico e pela imprensa. Sofreu ataques e contestações.Suicidou-se com um tiro (14 de abril).
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