Vanguardas artísticas: o movimento Dada (ou Dadaísmo)
Como cantou Caetano Veloso, "Viva a banda-da-da, Carmen Miranda-da-da-da-da" (Tropicália)...
Entre os artistas das vanguardas das primeiras décadas do século XX, uns estavam a favor, outros contra o futuro... O movimento Dada vê o mundo mergulhado na guerra: a beleza está morta. As contradições se avolumam, e vive-se um tempo onde nada necessariamente faz sentido. O que cabe, então, à arte?
Leia trechos de manifestos escritos por Tristan Tzara:
Entre os artistas das vanguardas das primeiras décadas do século XX, uns estavam a favor, outros contra o futuro... O movimento Dada vê o mundo mergulhado na guerra: a beleza está morta. As contradições se avolumam, e vive-se um tempo onde nada necessariamente faz sentido. O que cabe, então, à arte?
Leia trechos de manifestos escritos por Tristan Tzara:
Manifesto DADA (Tristan Tzara, 1916)
[...] não queremos contar as janelas da maravilhosa elite, pois DADÁ não existe para ninguém e queremos que todo mundo compreenda isso. Ali é a sacada de Dadá, asseguro-lhes. De onde se podem ouvir as marchas militares e descer cortando o ar como um serafim em um banho popular para urinar e compreender a parábola. [...]
Manifesto DADA (Tristan Tzara, 1918)
[...]
Dadá é nossa intensidade: que ergue as baionetas sem conseqüência, a cabeça sumatriana do bebê alemão; dadá é a vida sem pantufas nem paralelas; que é contra e pela unidade e decididamente contra o futuro; sabemos sabiamente que nossos cérebros se tornarão almofadas fofas, que nosso antidogmatismo é tão exclusivista quanto o funcionário e que não somos livres e gritamos a liberdade.
[...]
A obra de arte não deve ser a beleza em si mesma, pois ela está morta; nem alegre nem triste, nem clara nem obscura, regozijar ou maltratar as individualidades servindo-lhes os doces das auréolas santas ou os suores de uma corrida encurvada através das atmosferas. Uma obra de arte nunca é bela, por decreto, objetivamente, para todos. A crítica é, pois, inútil; ela só existe subjetivamente, para cada um, e sem o menor caráter de generalidade. Acredita-se ter encontrado a base psíquica comum a toda a humanidade? [...]
Assim nasceu DADÁ de uma necessidade de independência, de desconfiança face à comunidade. Aqueles que pertencem a nós conservam sua liberdade. Não reconhecemos nenhuma teoria. Estamos fartos das academias cubistas e futuristas: laboratórios de idéias formais. Faz-se arte para ganhar dinheiro e acariciar os gentis burgueses? [...]
Todo produto do nojo suscetível de se tornar uma negação da família, é dadá; protestar com os punhos de todo o seu ser em ação destrutiva: dadá; conhecimento de todos os meios rejeitados até agora pelo sexo pudico do compromisso cômodo e da polidez: dadá; abolição da lógica, dança dos impotentes da criação: dadá; de toda hierarquia e equação social estabelecida para os valores por nossos criados: DADÁ; cada objeto, todos os objetos, os sentimentos e a obscuridade, as aparições e o choque preciso das linhas paralelas, são meios de combate: DADÁ; abolição da memória: DADÁ; abolição da arqueologia: DADÁ; crença absoluta indiscutível em cada deus, produto imediato da espontaneidade [...] Liberdade: DADÁ DADÁ DADÁ; berro das cores crispadas, entrelaçamento dos contrários e de todas as contradições, dos grotescos, das inconseqüências: A VIDA.”
Manifesto DADA (Tristan Tzara, 1920)
Pegue um jornal.
Pegue uma tesoura.
Escolha no jornal um artigo que tenha o comprimento que você deseja dar à sua poesia.
Recorte o artigo.
Corte de novo, com cuidado, cada palavra que forma esse artigo e coloque todas as palavras num saquinho,
Agite delicadamente.
Tire uma palavra depois da outra colocando-as na ordem em que você as tirou.
Copie-as conscienciosamente.
A poesia se parecerá com você.
Ei-lo transformado em escritor infinitamente original e dotado de encantadora sensibilidade... [...]
Fontes:
- BARRAL i ALTET, Xavier. História da arte. 2 ed. Campinas (SP): Papirus, 1994. (Ofício de arte e forma). p.137.
- MICHELI, Mario de. As vanguardas artísticas. São Paulo: Martins Fontes, 1991. p.138-141.
- PERLOFF, Marjorie. O momento futurista: avant-garde, avant-guerre e a linguagem da ruptura. São Paulo: Edusp, 1993. (Texto & Arte). p.200-202.
Sobre o movimento Dada, consulte também:
http://www.nga.gov/exhibitions/2006/dada/cities/index.shtm
Sobre o movimento Dada, consulte também:
http://www.nga.gov/exhibitions/2006/dada/cities/index.shtm
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