Processos do Pós-45: Patrimonialização

Não faz muito tempo que museus e acervos particulares com fins de preservação de objetos e documentos históricos começaram a se proliferar. Não se observava em outras épocas, essa politica de preservação da memória, que tem se tornado cada vez mais marcante nos últimos tempos.

O avanço tecnológico, observado principalmente nas últimas décadas do Séc. XX e nesse início do Séc. XXI, trouxe inúmeras mudanças observadas não apenas nas máquinas que nos cercam, mas também em nossa relação com o tempo e com o espaço. Tudo hoje é mais rapido. A todo momento somos bombardeados de informações, vindas da televisão, da internet, do celular, e não apenas do local onde estamos, mas sim do mundo inteiro. Preocupa-se com o agora, não havendo tempo para reflexões sobre o que se passou. O passado, mesmo recente, parece cada vez mais longínquo.

Ao mesmo tempo, não se quer perder o passado. A memória precisa ser preservada. Assim, a todo momento se observa a inauguração de um novo museu, diversos centros de memória são construídos, e monumentos e mais monumentos são levantados para que certas coisas não sejam esquecidas.


Segundo Andreas Huyssen, em Seduzidos pela memória (2000), “não há dúvida de que o mundo está sendo musealizado e que todos nós representamos os nossos papéis neste processo. É como se o objetivo fosse conseguir a recordação total”. O exemplo mais impressionante desse processo é o que houve com a queda do muro de Berlim, em 1989, onde no próprio momento em que aquele símbolo era destruído, foi tornado monumento e parte da história.


A propósito, sobre o processo de Patrimonialização envolvendo a queda do muro de Berlim, vale a indicação do filme Adêus, Lenin (http://www.youtube.com/watch?v=r85BKBTcEgg&feature=related).

Também é interessante ver o site oficial da cidade de Oradour-sur-Glane, na França, onde todo o vilarejo destruído na Segunda Guerra Mundial foi preservado e tornado um museu a céu aberto: http://www.oradour-sur-glane.fr/


Texto elaborado por Antonio Shigueo Nakazima Junior
(voluntário do projeto de extensão "A aventura do documento")

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