Processos do Pós-45: Espetacularização – pt. III

O fenômeno da Espetacularização não se restringe ao campo cultural ou, por extensão, ao campo econômico. Podemos ver seus efeitos também na política. E não me refiro aos extintos showmícios, hoje proibidos no Brasil, mas ao uso da mídia no trato de assuntos políticos.

O uso que os políticos faziam do rádio, no início do Séc. XX, passou a ser feito pela televisão, numa proporção muito maior. Além dos citados pronunciamentos oficiais, temos as propagandas políticas (cujo horário obrigatório e gratuito é previsto em lei), os debates que precedem eleições, além de aparições públicas de nossos representantes prestando esclarecimentos dos escândalos em que se envolveram.

Creio que um dos casos mais conhecidos seja o do ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, e seu pedido de desculpa pelo envolvimento com uma estagiária da Casa Branca. Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=UEmjwR0Rs20 (em inglês).

Já no caso dos debates, uma das grandes polêmicas se deu em torno do debate dos candidatos à Presidência da República Fernando Collor e Lula, em 1989, inclusive com o reconhecimento do uso de artifícios para ajudar na imagem de um dos candidatos.

Por fim, o horário eleitoral gratuito, que temos de enfrentar no rádio e na TV a cada dois anos, dispensa apresentação. O que poderia ser estudado é o crescente número de artistas e aspirantes a famosos que tentam alcançar um cargo eletivo. No mínimo, eles rendem propagandas eleitorais engraçadas na televisão.

Texto elaborado por Antonio Shigueo Nakazima Junior

(voluntário do projeto de extensão "A aventura do documento")